As pessoas normalmente confundem inclusão digital, acesso à tecnologia, com barateamento de computadores e equipamentos tecnológicos em geral. Hoje é muito fácil comprar um celular, baratinho, parcelado e pré-pago (os que mais dão lucro às operadoras). Um computador já não é tão acessível, mas ainda assim é muito barato se comparado aos micros de 2 anos atrás. Com mil reais, ou melhor, com parcelinhas de 50 reais que cabem no seu bolso, leva-se um desktop de modesto poder de fogo, mas suficiente para iniciantes.
Para se ter uma idéia do perigo que nos ronda, só no ano passado foram vendidos mais de 10 milhões de computadores em todo o país. Os dados referentes aos celulares são ainda mais impressionantes, existem no Brasil 130 milhões de celulares em funcionamento (fora os que estão guardados, já que foram substituidos por modelos mais novos) os quais em média são substituidos por modelos mais modernos a cada 18 meses. O volume de lâmpadas fluorescentes e eletrônicas também não fica atrás. Estima-se que mais de 100 milhões dessas lâmpadas sejam descartadas por ano no Brasil, sendo que apenas 6% são recicladas.
O grande problema dessa enxurrada de computadores e outros equipamentos baratinhos no mercado é a qualidade, que nem sempre está tão acessível. Quanto mais baratos os computadores, menos confiáveis são os componentes ou menos recursos essas máquinas oferecem (ou ambas as coisas). E como entramos na cultura do descartável, sai muito mais barato comprar um novo mouse, uma nova placa de som, de vídeo ou modem (as mais baratinhas), quando eles pifam.
E para onde vai esse lixo? Se nem mesmo o tradicional lixo reciclável já conhecido (papel, plástico, vidro e metal) é corretamente separado e recolhido, que diriam das pilhas, lâmpadas fluorescentes e monitores de computador? Quem cuida desse lixo?
Começam a surgir no Brasil empresas especializadas na reciclagem de Resíduos de Aparelhos Elétricos e Eletrônicos (RAEE), porém ainda de maneira tímida, já que os investimentos são altos. Entre os principais players do mercado brasileiro temos a Suzaquim (pilhas e baterias), a Ativa (informática) e a Tramppo Recicla (descontaminação de lâmpadas fluorescentes).
Como podemos observar, no cenário mundial, empresas tecnológicas estão em um processo de desenvolvimento de tecnologias limpas, seja atráves da utilização de materiais biodegradáveis ou menos agressivos ao meio ambiente. Ainda que de maneira acelerada. sabemos que este processo de "correção ambiental" ainda tem um longo caminho até que se torne prática comum nas industrias, portanto as empresas de reciclagem de RAEE tem um horizonte fabuloso pela frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário